quinta-feira, 28 de junho de 2012

às duas da noite

Entrego-me à sordidez da minha preguiça, escrevendo sem saber pra quê, saboreando a música e a fumaça. No céu, a lua se faz cada dia maior enquanto nós continuamos a ser pequenos. Neil Young adentra na minha noite e docemente deixo tudo pra depois. O dia hoje não foi exatamente produtivo, e nem totalmente desperdiçado. A cidade dorme quieta na janela, como de costume, às duas da noite, e eu cheia de nostalgia das horas perdidas. Neruda me dizia agora pouco que nunca compreendera porque chamavam duas da manhã. Estou cheia, de tanto engolir as horas caladas da noite. Meus dedos regurgitam palavras esquecidas nos confins do corpo, que lembra da vastidão do mundo e logo se esquece. As notas musicais envolvem suavemente a noite outonal. No silêncio, dançam personagens de tempos nunca conhecidos, que se amaram em cidades distantes.

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